Segue abaixo um trecho do texto "O papel e o valor do ensino da geografia" de Pierre Monbeig. Essa parte que selecionei para compartilhar com vocês aborda a dificuldade encontrada em lecionar esta disciplina que, durante muito tempo (se é que ainda não), foi abordada de forma meramente decorativa. No entanto, vale destacar a diversidade de assuntos abordados pela mesma, que não se restringe apenas a decorar os Domínios Morfoclimáticos do Brasil ou saber o nome dos rios, montanhas, entre outros acidentes geográficos!
"Concordamos todos que, se a maior parte do público culto tem uma idéia mais ou menos exata do que são a biologia, a geologia, a economia ou a sociologia, o mesmo público não acompanha o progresso das ciências geográficas, quando não ignora sua existência. Para uns a geografia é confundida com narrativas de viajantes; um geógrafo é um explorador, a rigor um cartógrafo; traz de suas viagens narrativas agradáveis de ouvir-se, sobretudo se tem a habilidade de ilustrá-las com belas imagens. Para outros, talvez mais numerosos, a geografia é uma lembrança extremamente penosa de sua infância. Seu nome evoca listas indigestas de nomes de lugares ou dados numéricos, lições atrozes que somente os menos inteligentes e os mais obstinados de nossos condiscípulos chegavam a recitar razoavelmente. Os espíritos brilhantes, ao contrário, mostravam-se rebeldes. E ficamos satisfeitos quando nossos filhos recebem uma nota má porque não souberam de cor a lista das estações da Central do Brasil entre Rio e São Paulo, ou as altitudes exatas dos vulcões andinos; a fraqueza em geografia é uma espécie de teste de inteligência!
Portanto, na melhor das hipóteses, a geografia é tida como a irmã intelectual do turismo. Na pior elas hipóteses, a geografia é uma tortura gratuita imposta às crianças e pergunta-se como seres sensatos puderam tornar-se geógrafos! Se são corretos esses dois modos de ver, é claro que a geografia é inútil, quando não perigosa; é um absurdo ensiná-la, mais ainda praticá-la, e torna-se urgente fechar também os departamentos de geografia das faculdades de filosofia e instituições como o Conselho Nacional de Geografia! A menos que consigamos mostrar que a geografia contribui para o enriquecimento das mentes jovens e a sua formação. A menos também que possamos provar a sua utilidade num mundo onde toda e qualquer ciência é também uma técnica, onde toda pesquisa leva a dar um instrumento útil à coletividade. É mister, portanto, estabelecer o valor a geografia no ensino e determinar sua utilidade como moderno instrumento de trabalho".
Acesso em 12 de abril de 2011.
Esse trecho me lembra como foi abordado Geografia em dois momentos na minha vida de colegial: Maneira decorativa que eu era praticamente coagido a memorizar coisa que não entendia direito mas tinha que colocar na resposta da prova se não perderia ponto, e um segundo momento onde um professor meu Manoel Rocha,mostrou de maneira empogalnte a geografia não como um fardo de decorar mais entender os mecanismo e como se contextualizar no meio através dela, boa parte da noção de geografia fora meus estudo agradeço a ele pela abordagem.
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